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Atualizado: 7 horas 7 minutos atrás

Um restaurante onde as avós são as estrelas

dom, 26/03/2023 - 06:00

“Nonnas” se revezam na cozinha da Enoteca Maria, em Nova York, encantando os frequentadores. Entre elas, há até uma brasileira Maria Gialanella, de 88 anos, há uma década na cozinha da Enoteca Maria Divulgação: Cortesia da Enoteca Maria Recentemente, a chef Roberta Sudbrack postou em rede social que procura mão de obra sênior para seu novo empreendimento gastronômico: o Da Roberta, bar de comida em rua em Botafogo, na Zona Sul carioca. Para vagas na cozinha e no salão, um convite: “se você já passou dos 40, 50, 60, 70, 80, é você que estamos procurando!”. No livro “Um tal cheiro de ambrosia”, que lançou ano passado, fez uma homenagem póstuma à avó, Iracema, que é sua maior inspiração. Roberta não está sozinha em incensar a figura da avó. Na Enoteca Maria, um pequeno restaurante para 30 pessoas em State Island (Nova York) e que funciona apenas de sexta a domingo, 27 “nonnas” são a atração do lugar. A cantina tem um cardápio italiano, mas avós de diferentes países se revezam e preparam pratos de suas terras natais. Da Algéria à Grécia, da Argentina à Síria, passando pelo Brasil, as receitas dessas mulheres encantam os fregueses. O conceito é simples: feita com amor, a comida da vovó é sempre mais gostosa. A maioria das “chefs” visitantes cozinha uma vez por mês, outras são assíduas. Maria Gialanella, de 88 anos, por exemplo, coleciona elogios há uma década. Quem acessa o site do restaurante pode conferir o calendário e saber quem vai comandar as panelas. No dia 31, por exemplo, “nonna” Fatma, da Turquia, será a estrela da noite; no dia 1º. de abril, “nonna” Carmen, da Argentina; no dia 8, “nonna” Rosa, do Peru. Também é possível ter aulas para aprender seus segredos culinários e, para quem não tem como visitar o local, há um livro virtual para compartilhar fotos e receitas. A "nonna" brasileira Lucia de Fátima: rabada e camarão na moranga estão entre os pratos mais pedidos Acervo pessoal A mineira Lucia de Fátima Amaral Álvares Dutra, de 58 anos, está nos EUA há mais de 20 anos, para onde se mudou com o marido e os três filhos – a família cresceu e hoje ela tem cinco netos. Dois anos antes da pandemia, fez um teste e virou uma “nonna”, experiência que adora: “Faço dois pratos na minha noite e os mais apreciados são rabada, camarão na moranga e frango com quiabo e polenta. O ambiente é muito bom e os clientes elogiam bastante. No Natal, fazemos uma grande confraternização e cada ‘nonna’ leva um prato típico do seu país”. Jody Scaravella abriu o restaurante em 2007 querendo homenagear a mãe, Maria, cujo nome batizou o lugar, a avó e a irmã, todas falecidas. No começo, apenas avós italianas complementavam o menu da casa mas, a partir de 2015, a iniciativa foi ampliada e passou a se chamar “Nonnas of the world” (“Avós do mundo”). Por e-mail, conversou com o blog: “Muitas senhoras ficaram viúvas e seus filhos se mudaram para outros lugares. Serem reconhecidas por seu trabalho no restaurante lhes dá um propósito. Para mim, não se trata de um negócio, e sim de aumentar a consciência sobre a diversidade cultural”. Roberta Sudbrack: convite para a mão de obra sênior Divulgação Roberta Sudbrack diz que admira o projeto das “nonnas” e pretende jantar lá assim que puder. A chef lida com equipes intergeracionais há algum tempo e lembra que, até os 95 anos, a avó tinha uma energia admirável. No restaurante Sud, o Pássaro Verde, o time reúne gente dos 20 aos 70 anos, como explica: "Adoro trabalhar com pessoas jovens, assim como com as mais velhas. Cada uma tem um jeito diferente de somar e contribuir”. Sempre tive um grande carinho pelos idosos. Com a partida da vó Iracema, me senti meio órfã e aproveito todas as oportunidades que tenho para estar perto dessas pessoas, para ouvir e aprender. É claro que temos que ter o cuidado de entender os limites de cada um, e saber cuidar uns dos outros, mas isso torna tudo mais humano e afetivo, o que é fundamental!”.

Doença grave e morte afetam saúde física e mental dos cônjuges

qui, 23/03/2023 - 06:00

Índice de mortalidade é maior entre os homens no primeiro ano de viuvez Reuni duas pesquiss que jogam luz sobre o impacto que uma doença grave ou o falecimento de uma pessoa tem sobre o cônjuge, não só interferindo em seu equilíbrio mental, como também representando um risco de morte prematura. Estudo realizado com mais de 900 mil dinamarqueses acima dos 65 anos, entre 2011 e 2016, mostrou que 8,4% (cerca de 77 mil deles) enfrentaram a dor de perder marido ou mulher. Foi observado o aumento do risco de morte no primeiro ano de viuvez e os homens entre 65 e 69 anos eram os mais afetados. Em comparação com os valores de referência, o índice de mortalidade crescia 70% entre os homens dessa faixa etária cujas esposas morriam, mantendo-se elevado pelos seis anos seguintes. Entre as mulheres, o aumento da mortalidade ficava em 27%, equiparando-se à média um ano depois. O trabalho foi publicado ontem na revista científica PLoS One. Doença e morte afetam saúde física e mental do cônjuge Gerd Altmann para Pixabay A morte do cônjuge é considerada por especialistas como um dos eventos de maior estresse que se pode experimentar, sendo capaz de comprometer o equilíbrio físico e mental. De um modo geral, as mulheres são mais conectadas socialmente do que os homens e tecem redes de proteção e apoio, o que pode explicar sua resiliência diante da dor. Doenças graves também representam um pesado ônus para a saúde mental dos parceiros, provocando distúrbios psiquiátricos relevantes. Esse foi resultado de pesquisa realizada na Dinamarca e Suécia e publicada no começo do ano na revista científica JAMA Network Open. Foram avaliados cônjuges de 546 mil pacientes com câncer e outros 2.7 milhões que conviviam com pessoas saudáveis. Nesse universo de mais de 3 milhões de indivíduos, 6.9% de maridos e esposas de alguém acometido pela doença desenvolveram distúrbios psiquiátricos, enquanto o percentual ficou em 5.6% no segundo grupo. O câncer envolve diversas etapas, todas carregadas de angústia: o momento do diagnóstico, o tratamento e seus efeitos adversos, despesas inesperadas e, eventualmente, a progressão da doença e um desfecho desfavorável. Há estudos que sugerem que os cônjuges podem apresentar mais sintomas de ansiedade e depressão que o próprio paciente, até porque, na maioria das vezes, se transformam nos principais cuidadores de seus entes queridos. E são de importância ímpar: há trabalhos que mostram que quem é casado tem uma taxa de sobrevivência maior do que os que vivem sós. Os resultados apontam para a necessidade de acolhimento e grupos de suporte nessa fase durante a qual nos encontramos tão vulneráveis.
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'A saúde social deve ter o mesmo status da saúde física', diz médica

ter, 21/03/2023 - 06:00

Para especialistas, pavimentar o caminho para a equidade é o que tornará o sistema sustentável. Homem e mulher em frente a moradia depois de enchente: determinantes sociais afetam a saúde Rafael Urdaneta Rojas para Pixabay O nome é comprido: determinantes sociais de saúde (SDOH em inglês) e vem ganhando cada vez mais espaço nas discussões de políticas públicas para a população. Trata-se do conjunto de fatores relevantes para o bem-estar de um indivíduo, englobando segurança financeira; acesso a educação e saúde; a moradia e seu entorno; o contexto social. Exemplos não faltam: como receitar um medicamento que necessite de refrigeração se a pessoa não tem geladeira ou vive num local com frequentes interrupções de energia? Como recomendar que o paciente caminhe e faça exercícios se ele mora numa área violenta? Esse foi o tema de um seminário on-line que acompanhei no dia 9 de março, cuja estrela foi Nichola Davis, professora da faculdade de medicina da New York University. Ela coordena o sistema público hospitalar da região – o maior do país – e diz que vivemos um momento crucial no exercício da medicina: “A saúde social deve ter o mesmo status da saúde física. Exames e diagnósticos respondem por 20% do tratamento, o restante está atrelado a determinantes sociais”. Nichola Davis: professora da faculdade de medicina da New York University Divulgação Nichola defende que a atuação do médico seja ampliada, de forma que ele também investigue o perfil social de seus pacientes, mas afirma que o sistema de saúde não pode se limitar a identificar as necessidades: “precisamos dar suporte para que as pessoas encontrem caminhos para diminuir sua insegurança alimentar, ou tenham acesso a apoio legal para conseguir benefícios”. A assistente social Erin McAleer, diretora do Projeto Bread, se dedica a combater a fome que, segundo ela, atinge 21% das famílias no rico estado de Massachusetts, onde atua: “Um problema sistêmico demanda uma solução sistêmica. Por exemplo, despensas ou bancos de alimentos em hospitais públicos”. Erin lembrou a trajetória da mãe, que deu fim a um casamento abusivo e criou três filhos sozinha: “depois de pagar o aluguel e as contas, às vezes faltava dinheiro para o supermercado. Eu gostaria que, há 35 anos, o serviço de saúde nos perguntasse sobre os desafios que enfrentávamos para nos alimentar”. Caroline Fichtenberg, da University of California, San Francisco: “é preciso investir em pessoas” Reprodução Caroline Fichtenberg é professora da University of California, em San Francisco, e diretora de uma rede que pesquisa e avalia intervenções sociais (Social Interventions Research and Evaluation Network). Sua proposta é atuar em quatro frentes, sendo que o mais urgente é investir em mão de obra qualificada: “Os trabalhadores do sistema de saúde deveriam ajudar os pacientes a realizar as conexões para suprir suas necessidades. Os problemas vão da falta de documentos à dificuldade de lidar com a tecnologia. Sabemos que lidar com indivíduos que enfrentam grandes dificuldades é fator de estresse e burnout para a equipe. Poder ajudar mais efetivamente melhorará o ambiente de trabalho”. Um outro passo importante seria integrar os dados da saúde, para que profissionais de diferentes setores possam compartilhar informações. Isso possibilitaria a criação de soluções personalizadas para cada caso. A terceira frente seria aumentar a integração com a comunidade: “temos que criar pontes que facilitem o endereçamento de questões como a falta de moradias ou bancos de alimentos”. Por último, ela apela para que ninguém tente “reinventar a roda”: “já dispomos de informações e expertises de sobra, agora é hora de criar alianças”. Seth Berkowitz, professor associado da faculdade de medicina da University of North Carolina, enfatizou que, embora o sistema de saúde tenha avançado bastante no campo da prevenção, se limita a responder às condições existentes: “ainda estamos mitigando problemas, sem reformular nada. E precisamos ser humildes e ouvir as pessoas para entender qual é a melhor forma de ajudá-las”.
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O que você precisa saber sobre a púrpura senil (e dez dicas de cuidados com a pele madura)

dom, 19/03/2023 - 06:00

Manifestação produz manchas arroxeadas e afeta idosos. O autoexame é importante para descobrir lesões O nome assusta, mas não se trata de nada grave. A púrpura senil se caracteriza pelo aparecimento de manchas arroxeadas, principalmente nas mãos e nos antebraços, resultantes de pequenas hemorragias. Elas ocorrem por uma combinação de fatores associados ao envelhecimento: a atrofia do tecido cutâneo e a fragilidade vasos sanguíneos, como explica o doutor Luiz Gameiro, assistente do departamento de dermatologia geriátrica da Sociedade Brasileira de Dermatologia e médico colaborador da Unicamp: O dermatologista Luiz Gameiro: ressecamento da pele é uma das queixas mais comuns entre idosos Divulgação “O colágeno é uma proteína fundamental para a resistência da pele, que sofre duplamente com o envelhecimento: ao mesmo tempo em que vai se degradando, devido à exposição ao sol ao longo dos anos e a fatores como o tabagismo, há uma diminuição da sua produção. Além disso, medicamentos como a cortisona, utilizada por pacientes com reumatismo ou asma, afinam a pele. Sem a sustentação de antes, os vasos sofrem rompimentos”. O quadro resulta de uma insuficiência cutânea crônica que, apesar da aparência nem sempre agradável, não é preocupante. Esse “extravasamento” de sangue pode ficar contido na derme, e apenas colorir a pele num tom entre o vermelho e o roxo, ou aflorar. Deve-se procurar atendimento médico se o sangramento não parar, diz o dermatologista: “No entanto, não é o caso de se dar ponto no local do rompimento e, de maneira alguma, cobrir com esparadrapo, porque a pele já está muito frágil. O correto é usar compressas frias, ou gaze umedecida com soro fisiológico, colocando uma atadura para curativo por cima”. O hematoma também é considerado uma púrpura, mas normalmente acontece quando uma pancada rompe um vaso de calibre grande – por isso está associado a um trauma acompanhado de inchaço. Cuidar da pele para mantê-la saudável é trabalho para a vida toda: inclui boa alimentação, beber bastante água, sono de qualidade, hidratação e proteção contra o sol. Pedi ao doutor Gameiro, que tem um canal de vídeos sobre temas ligados à dermatologia, conselhos para cuidar da pele madura. Aqui vão dez dicas: O ressecamento da pele, que provoca prurido (coceira), é uma das queixas mais comuns entre idosos. Deve-se evitar o banho quente, ou então diminuir sua duração para algo entre 3 e 5 minutos. Dar preferência a sabonetes suaves, à base de glicerina, e não utilizar buchas ou esponjas, que são abrasivas. Secar o corpo sem esfregá-lo vigorosamente com a toalha, para não irritar a pele. Os cremes de hidratação mais indicados são os para pele sensível ou seca. Optar por produtos sem fragrância, porque disparam processos alérgicos. No caso de algum tipo de alergia nas axilas, a recomendação vale também para desodorantes. Caprichar na higiene dos pés, com atenção especial para a região entre o último e o penúltimo dedo, onde o surgimento de frieiras é frequente: elas podem ser a porta de entrada para infecções. O autoexame é importante para detectar o câncer de pele em áreas muito expostas ao sol: uma ferida que não cicatriza, uma espinha que não sara ou uma casquinha persistente por mais de dois meses são sinais de alerta, principalmente se houver dor e sangramento. Idosos sentem menos sede, crie um sistema para não esquecer de se hidratar. Homens calvos devem usar boné ou chapéu sempre que saírem. O organismo precisa do sol forte do meio do dia para sintetizar vitamina D, mas expor-se pode ser um fator de risco. A saída é conversar com o médico sobre a necessidade de suplementação. A Sociedade Brasileira de Dermatologia disponibiliza uma cartilha sobre os cuidados com a pele da pessoa idosa que pode ser acessada neste link.
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Cinco partes do corpo que não podemos ignorar depois dos 50

qui, 16/03/2023 - 06:00

Olhos, dentes, pés, joelhos e ouvidos ganham menos atenção do que deveriam Quem passou dos 40 ou está na casa dos 50 sabe que, a partir da meia-idade, o ideal é fazer um check-up anual que inclua uma bateria de exames. No entanto, a maioria se preocupa, basicamente, com o coração e os níveis de colesterol e glicose no sangue. Já é um ótimo começo, mas algumas partes do nosso corpo costumam não merecer a atenção que merecem. Aqui eu listo cinco delas, que se tornam mais vulneráveis com o envelhecimento: Pés: depois dos 50 anos, após décadas de negligência, é comum que as pessoas sintam dores e tenham problemas Eutonia para Pixabay Os olhos: Mesmo quem tem uma visão perfeita deve fazer um check-up oftalmológico anual. Há doenças cuja incidência aumenta com a idade, como glaucoma (principal fator de cegueira irreversível no mundo), catarata, degeneração macular, retinopatia diabética e descolamento da retina. Pacientes diabéticos integram um grupo de risco não só para a retinopatia: a hiperglicemia é comprovadamente um fator desencadeante da catarata. Dentes e gengivas: Já publiquei diversas colunas sobre a importância da saúde oral para o organismo. Adultos que sofrem de periodontite, infecção severa que ataca as gengivas – e depois os ossos que sustentam os dentes – têm risco aumentado para hipertensão. Uma boca doente é uma espécie de “berçário” de agentes inflamatórios que podem se espalhar pela corrente sanguínea. A produção da saliva, que tem papel relevante na limpeza da cavidade oral, diminui depois dos 50, situação que se agrava com os efeitos colaterais de medicamentos como antidepressivos, diuréticos e anti-hipertensivos. Nesse caso, caprichar na hidratação e higiene, não fumar, evitar bebidas alcoólicas e alimentos condimentados. Os pés: Normalmente, a gente só lembra deles quando começam a doer. Depois dos 50, isso é cada vez frequente, após décadas de negligência. Use um creme hidratante e aproveite para massagear a região. As unhas ficam mais frágeis e têm que ser aparadas com atenção, em linha reta e sem aprofundar nos cantos, para não encravarem. Mulheres, descartem os instrumentos de tortura de bico fino e salto alto que estão no armário. Sapatos confortáveis e estáveis devem ter a base larga, para acomodar o pé, e os dedos não podem ficar apertados. Experimente modelos até dois números acima do seu e surpreenda-se com a sensação de conforto. Quadris e joelhos: Para o médico Neil Cobelli, do Montefiore Medical Center, em Nova York, essas são partes do corpo bastante vulneráveis: “Quadris e joelhos são submetidos a um estresse bem maior que os ombros, por exemplo, e a dor tem um impacto severo na qualidade de vida”. Pessoas que praticam esportes têm mais chances de sofrer lesões nos joelhos que podem exigir cirurgia. Obesidade é outro fator de risco, pelo peso extra que representa. Ouvidos: No Brasil, estima-se que mais de 10 milhões enfrentem um quadro de perda auditiva, 57% acima dos 60 anos, mas o processo pode se iniciar na faixa dos 40 – você não precisa aumentar o volume da TV, mas passa a ter dificuldade de entender o que os outros dizem num ambiente barulhento. De acordo com a Associação Brasileira de Otorrinolaringologia, as pessoas levam em média sete anos para buscar a ajuda de um especialista. O preocupante é que a surdez é a principal causa modificável de declínio cognitivo na velhice. Em entrevista que me concedeu ano passado, a médica Milene Bissoli afirmou: “Nosso cérebro é feito de conexões e, num quadro de surdez, algumas áreas começam a se conectar menos. Com o tempo, a pessoa passa a ter dificuldades de compreensão e fala”.
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Como o varejo pode ajudar na construção de uma longevidade ativa

ter, 14/03/2023 - 06:00

Acessibilidade e investimento em mão de obra melhoram a experiência dos mais velhos na hora de comprar No fim de fevereiro, assisti a um seminário on-line, do Centro Internacional de Longevidade do Reino Unido, com uma proposta que merece ser compartilhada para servir de inspiração: como o varejo pode ajudar na construção do envelhecimento saudável das pessoas. Para os idosos, comprar pode ser sinônimo de uma experiência bastante negativa, se houver barreiras de acessibilidade ou um ambiente etarista, que os discrimine. Andrew Goodacre, CEO da British Independent Retailers Association, entidade que representa o setor, reconheceu que há obstáculos a serem superados: Experiência dos consumidores com o varejo: processo de compra inclui diferentes fases e todas são relevantes para a reputação da marca Steve Buissinne para Pixabay “Há uma falta de entendimento sobre todas as possibilidades que o consumidor mais velho representa. Para começar, são maduros e estão interessados em boas opções e alternativas, o que deveria motivar o varejo. As prefeituras precisam investir em infraestrutura e acessibilidade, enquanto as empresas têm que mirar em seus recursos humanos. Além de recrutar os melhores para lidar com esse público, devemos empregar também a mão de obra madura, que conhece bem essa comunidade e pode ser fator de atração de outros consumidores”. O consultor Stephen Spencer ratificou a importância da acessibilidade, para ele uma condição básica. Lembrou que Oxford tem um plano, a ser implementado em 20 anos, de se tornar uma “cidade de 15 minutos”. Trocando em miúdos, todos os tipos de serviços estariam a 15 minutos de caminhada ou bicicleta, estimulando os habitantes a andar, se exercitando enquanto realizam as tarefas do dia a dia. Em relação ao varejo, disse que o processo de compra, tanto presencial quanto on-line, inclui diferentes fases e que todas são relevantes para a reputação da marca: “a experiência do consumidor passa pela proposta da empresa, seu ambiente e o time que o atende”. Na Finlândia, o LoCard, cartão de fidelidade das três maiores redes de alimentação – que respondem por 95% das compras – tem se transformado em fonte de informações que alimentam pesquisas acadêmicas capazes de auxiliar na elaboração de políticas públicas, como explicou Hannu Saarijärvi, professor da Tampere University: “Pedimos permissão às pessoas para analisar seu histórico de compras e coletamos dados de 47 mil lares, entre 2016 e 2018. Agora estamos preparando uma nova rodada de pesquisa que irá até 2024. O que elas comem tem implicação direta em seu bem-estar e saúde e são informações que podem ser cruzadas com outras, como fatores sociodemográficos. Já detectamos, por exemplo, a diminuição do consumo de carne vermelha, com o aumento da escolha de produtos vegetarianos”.
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Contato com a natureza ajuda a melhorar o bem-estar dos idosos

qui, 09/03/2023 - 06:00

No Japão, o termo shinrin-yoku, o equivalente a banho de floresta, está associado à qualidade de vida dos mais velhos Sabemos dos benefícios de estar em contato com a natureza: além de respirar um ar menos poluído, trata-se de um poderoso antídoto contra o estresse. Pesquisadores de três universidades (Penn State, nos EUA, e National Open University e Lunghwa University of Science and Technology, ambas de Taiwan) se propuseram a averiguar o que poderia ser feito para maximizar os ganhos físicos e psicológicos que esse ambiente proporciona para pessoas acima dos 65 anos. O time se debruçou sobre crenças e ações de idosos que costumavam, com regularidade, estar perto da natureza. A principal descoberta do estudo foi que aqueles que aliavam tal hábito com atividades que também envolviam suas relações sociais eram os que usufruíam de maior bem-estar. Estar em contato com a natureza: incremento no sentimento de propósito para a vida Mariza Tavares No Japão, o termo shinrin-yoku, o equivalente a banho de floresta, significa engajar todos os sentidos nessa experiência: sentir o cheiro, tocar as árvores, ouvir os sons de animais e riachos. Não é preciso ser adepto de longas caminhadas, ou subir encostas íngremes, apenas estar ali, 100% presente e integrado. Quem não tem uma floresta para chamar de sua pode vivenciar o encontro com a natureza em parques ou lugares arborizados – sem contar a opção magnífica dos que vivem em cidades com praias ou nas regiões serranas. Os pesquisadores entrevistaram os frequentadores de uma área de preservação ambiental em Taiwan que costumavam ir ao local pelo menos uma vez por semana. Curiosamente, aqueles com maior ligação com o lugar – e que tinham o hábito de falar sobre suas experiências com amigos ou conhecidos que os acompanhavam nos passeios – eram os que relatavam um sentimento mais forte de que suas vidas tinham propósito e significado. Para John Dattilo, professor da Penn State e um dos autores do trabalho, políticas públicas deveriam garantir o acesso de idosos a tais vivências: “muitos são impedidos de frequentar parques ou jardins botânicos porque moram longe, não dispõem de meios ou têm problemas de locomoção. Cabe ao Estado providenciar transporte e oportunidades para que os mais velhos possam interagir com outras pessoas, incrementando seus laços sociais”. Ele acrescentou que o levantamento também foi realizado em ambientes de dança e karaokê, atividades bastante comuns para essa faixa etária na Ásia, mas nada se comparou aos benefícios de estar próximo da natureza. Para reforçar a importância das relações interpessoais, pesquisa envolvendo 28 mil chineses e divulgada dia 6 no “Journal of Epidemiology & Community Health”, trata do papel crucial da socialização para a longevidade. Os participantes integram um estudo de longo prazo, que começou em 1998 e passou a avaliar a qualidade do engajamento social das pessoas a partir de 2002. Os idosos, na faixa dos 80 anos, informavam com que frequência estavam em programas em grupo, numa gradação que ia de diariamente a nunca. O monitoramento era feito por cinco anos ou até a morte do indivíduo. As taxas de mortalidade eram de 18.4 em cada 100 para os que nunca socializavam; 8.8 entre os que o faziam apenas esporadicamente; 8.3 para quem relatava alguma atividade pelo menos uma vez por mês; 7.5 para semanais; e 7.3 mortes em cada 100 para os mais sociáveis.
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Carta de uma mulher de 40 anos para seu médico

ter, 07/03/2023 - 06:00

Uma conversa que todas deveriam ter com o ginecologista ao se aproximar da menopausa. Carta para o ginecologista: uma amiga ouviu do médico que, dali em diante, “era a descida da ladeira” StockSnap para Pixabay Há um ano, no Dia Internacional da Mulher, eu lançava o livro “Menopausa: o momento de fazer as escolhas certas para o resto da sua vida”. Nesta coluna, faço uma homenagem a todas e volto ao tema através de uma carta fictícia, de uma paciente para o ginecologista, que põe em discussão uma etapa crucial na trajetória feminina: a menopausa. Querido doutor E.: Há quanto tempo nos conhecemos? Com certeza, perto de 20 anos. Você acompanhou meus namoros e a angústia sobre como praticar sexo com segurança. Esteve do meu lado durante a gestação da minha filha e trouxe ao mundo o maior presente que a vida me deu. Agora estamos a caminho de entrar numa nova etapa e precisamos ter uma conversa séria sobre o que nos espera: a menopausa. Prefiro me antecipar antes que surjam questões que provoquem algum tipo de estresse entre nós. Uma querida amiga, dez anos mais velha que eu, ouviu do médico que, dali em diante, não tinha jeito: “era a descida da ladeira”. Minha mãe, que nunca havia tocado no assunto, foi enfática depois das muitas perguntas que lhe fiz: “nunca me senti tão mal em minha vida. Tinha fogachos de dia e à noite, dormia pouco e me sentia deprimida, sem ânimo para nada”. Para seu ginecologista, este era o “esperado” na sua “condição”. Bem, meu caro doutor E., quero me preparar para que isso não aconteça comigo. Acabei de me casar de novo, consegui uma promoção no trabalho, estou a mil e meus planos são de continuar assim. Comecei a pesquisar e descobri que, quando a produção do estrogênio, o principal hormônio feminino, entra em declínio, o corpo da mulher fica numa espécie de estado de privação com sérias consequências. A lista me deixou zonza: alterações no humor e libido, risco aumentado de infarto, osteoporose e síndrome metabólica, que engloba hipertensão arterial, excesso de gordura em torno da cintura e níveis elevados de colesterol e de açúcar no sangue. O tsunami vai cobrir praticamente todo o meu ser, com a honrosa exceção do clitóris – esse, felizmente, seguirá prestando seus inestimáveis serviços. Então, vamos falar de terapia hormonal da menopausa que, simplificando, conhecemos como reposição hormonal. A não ser em casos específicos, quando é contraindicada, seus benefícios superam os riscos. Infelizmente, até hoje há médicos que citam um estudo realizado há duas décadas que alertava sobre o risco aumentado para câncer, sem refletir sobre as críticas feitas ao trabalho posteriormente: entre elas, a de que foram administradas doses muito altas de hormônio e um número significativo de participantes tinha mais de 60 anos e já estava na pós-menopausa. Hoje a reposição pode ser iniciada na "janela de tempo" antes do fim da menstruação, com grande eficácia no controle dos sintomas tão desagradáveis dessa fase. O médico de uma prima jogou o problema no colo dela: “você decide o que quer fazer”. Como S. cursou engenharia, e não medicina, e ouviu mais considerações sobre riscos do que sobre benefícios, foi protelando a decisão e, aos 55, dez anos depois de entrar na menopausa, tinha deixado passar a tal “janela”. A ciência está do nosso lado e os tratamentos são personalizados. Entendo se disser que o mundo dos hormônios não é a sua praia, porque, convenhamos, ginecologia e obstetrícia abrangem um amplo universo de conhecimentos. Com certeza poderá me indicar, por exemplo, uma endocrinologista – cuja praia é exatamente a complexidade dos hormônios. Não pense que vou abandoná-lo. É claro que continuarei sendo assídua frequentadora do seu consultório, mantendo em dia meus exames preventivos. Mas sinto que preciso ampliar a rede de pessoas de confiança para me acompanhar daqui para a frente. Com respeito e admiração, S.
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“Não valorizamos os cuidadores porque não valorizamos as pessoas que são cuidadas por eles”

dom, 05/03/2023 - 06:00

Laura Mauldin, professora de sociologia da Universidade de Connecticut, vai lançar livro sobre a crise nessa área de atendimento Laura Mauldin é professora de sociologia da Universidade de Connecticut e pesquisa como ciência, tecnologia e medicina moldam a sociedade, mas com um enfoque que me interessou muito: o dia a dia dos indivíduos com algum tipo de deficiência e, por extensão, os cuidados que recebem e seus cuidadores. Um enorme grupo que, na sua opinião, é vítima de preconceito e falta de empatia. Antes da pandemia, ela planejou fazer um amplo levantamento das casas de portadores de alguma limitação, incluindo doenças crônicas, para documentar como o espaço era adaptado de acordo com suas necessidades. A quarentena mudou seus planos e a fez substituir as visitas por chamadas de vídeo, pedindo que as pessoas mandassem fotos acompanhadas de uma descrição. Etiquetas nas portas dos armários para identificar seu conteúdo Disability at Home “Eu me deparei com soluções criativas e inovadoras para adequar as casas. Tudo fora do radar, escondido na intimidade doméstica, e logo pensei que era importante compartilhar meu achado com mais gente”, explicou. Foi assim que criou o site Disability at Home, dividido em seções que correspondem aos cômodos de uma moradia, apresentando as adaptações – o banheiro é o lugar onde há o maior número de arranjos. São coisas simples, como adesivos nas portas dos armários da cozinha indicando o que há no seu interior, para quem é portador de demência; ou um pequeno carrinho acoplado à cadeira de rodas para que seu ocupante possa levar coisas de um canto para o outro. Carrinho acoplado a cadeira de rodas para transportar coisas pela casa Disability at Home A estimativa é de que 24% dos indivíduos entre 45 e 64 anos, nos EUA, sejam cuidadores informais ou não remunerados, muitos sem recursos e em busca de soluções para as dificuldades que enfrentam. Além disso, menos de 5% das habitações são acessíveis para quem tem dificuldades moderadas de locomoção. Mauldin sabe do que fala: aos 27 anos, se tornou cuidadora da namorada, que teve leucemia e, até a morte, sofreu com severas complicações da doença do enxerto contra o hospedeiro, depois de realizar um transplante de medula. Em 2025, vai lançar “Care Nation” (“Nação do cuidado”), sobre a falta de suporte para portadores de deficiências e seus cuidadores. Numa entrevista dada ao Stat, site norte-americano voltado à cobertura de saúde, falou sobre seu objetivo com a obra: “Não valorizamos os cuidadores porque não valorizamos as pessoas que são cuidadas por eles. Nesse livro, quero mostrar como a crise na área do cuidado na verdade aponta para a falta de empatia e até ódio pelos doentes e portadores de deficiência. As duas coisas estão ligadas”. Laura Mauldin, professora da Universidade de Connecticut YouTube
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Nova York vai testar um projeto piloto em escolas contra o etarismo

qui, 02/03/2023 - 06:00

Estudantes do Ensino Médio terão aulas sobre o preconceito estrutural contra idosos Entre uma aula de álgebra e outra de literatura, alunos do Ensino Médio de 13 escolas do Brooklyn, em Nova York, terão aulas sobre etarismo ou ageísmo, isto é, o preconceito contra os mais velhos. Trata-se de um projeto piloto desenvolvido em parceria por dois departamentos (o equivalente a nossas secretarias): de Educação e do Envelhecimento. Lorraine Cortés-Vázquez, responsável pelo Departamento de Envelhecimento de Nova York Divulgação Lorraine Cortés-Vázquez, responsável pelas ações voltadas para os cerca de 1.64 milhão de idosos de Nova York, espera que a iniciativa se espalhe por toda a cidade e ajude a aumentar a consciência sobre o preconceito. Na sua opinião, os adolescentes estão numa posição excepcional para entender a extensão dos efeitos adversos do etarismo: “Muitos jovens já experimentaram algum tipo de preconceito e, se você sabe o que é ser ferido, marginalizado e não ter privilégios, vai refletir sobre o que significa causar esse tipo de dor”. O programa exibirá vídeos para derrubar estereótipos negativos sobre a velhice e prevê entrevistas com idosos. Cortés-Vázquez quer ir além, promovendo o que chama de “uma conversa” entre jovens e velhos. No último verão, uma ação com adolescentes – que se inscreveram na prefeitura para uma espécie de intensivão sobre etarismo – convenceu os funcionários da secretaria a investir nos estudantes. “Perguntamos a eles se o curso havia mudado seu modo de ver as coisas e o retorno foi surpreendente, com depoimentos emocionados”, disse Cortés-Vázquez. Michael Prayor, superintendente das escolas de Ensino Médio no Brooklyn, afirmou que o piloto representa uma “questão pessoal” para ele: “penso no meu pai, que tem 93 anos. Quero que ele viva numa sociedade na qual seja respeitado, amado e cuidado. A melhor maneira de começar a mudança é através dos jovens”.
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Ainda não sabemos que fatores mais afetam o declínio cognitivo quando envelhecemos

ter, 28/02/2023 - 06:00

No entanto, a atividade física, em qualquer idade, está associada ao melhor funcionamento do cérebro na velhice Pesquisadores da Ohio State University publicaram estudo, no começo do mês, no qual utilizaram modelos estatísticos para tentar relacionar fatores de risco para o declínio cognitivo em idosos norte-americanos. O objetivo era buscar um modelo que ajudasse a superar as lacunas que impedem ações preventivas mais eficazes. Nos EUA, milhões enfrentam algum tipo de declínio cognitivo na velhice, mas apenas 41% podem ser diagnosticados como demência, como as doenças de Alzheimer ou por corpos de Lewy. Pesquisas anteriores haviam identificado diversos motivos que contribuem para esse quadro, mas seu impacto permanecia pouco claro. Idosos em mesa de bar: pesquisas tentam mapear fatores de risco que mais afetam o declínio cognitivo Thomas G para Pixabay Hui Zheng e seus colegas analisaram dados de 7.068 indivíduos nascidos entre 1931 e 1941 que já participavam de um grande estudo longitudinal (Health and Retirement Study). Sua capacidade mental foi regularmente avaliada entre 1996 e 2016 e, além disso, também eram coletadas informações que abrangiam de condições de saúde e socioeconômicas ao hábito de se exercitar. Ao todo, os chamados fatores de risco respondiam por 38% da variação de pontuação que os participantes recebiam sobre suas funções cognitivas quando tinham 54 anos. Os quesitos que mais faziam diferença eram nível de escolaridade, etnia, renda, ocupação e depressão, sendo que o cenário no começo de vida tinha maior peso que doenças e comportamentos na fase adulta – como sedentarismo e tabagismo. Entretanto, os mesmos fatores só correspondiam a 5.6% na variação da pontuação na faixa entre 54 e 85 anos. O levantamento foi divulgado na revista científica “PLOS One” e, embora não traga respostas definitivas, aponta na direção da importância da situação socioeconômica para a manutenção da capacidade intelectual. E não está sozinho: outro trabalho mostrou que uma condição econômica desfavorável está ligada a uma chance maior do surgimento de um quadro de distúrbio mental na maturidade. De acordo com esta pesquisa, publicada no “Journal of Epidemiology and Community Health”, 58% das pessoas com baixo nível de escolaridade e instabilidade econômica na faixa dos 30 desenvolviam algum tipo de distúrbio aos 52 anos. No entanto, a atividade física, em qualquer idade, está associada ao melhor funcionamento do cérebro na velhice. Um estudo, divulgado na semana passada pelo “Journal of Neurology, Neurosurgery and Psychiatry”, afirma que, embora qualquer tipo de exercício seja benéfico, uma rotina de treinos ajuda a preservar a acuidade mental. Os pesquisadores usaram as informações de 1.417 britânicos nascidos em 1946 que eram monitorados. Relacionaram os testes cognitivos realizados quando eles tinham 69 anos com os relatos sobre atividade física aos 36, 43, 53, 60 a 64 e 69 anos. A pontuação variava de zero (sedentário em todas as idades) a cinco (ativo ao longo desse tempo) e os adeptos dos exercícios se saíram melhor na avaliação.
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A melhor hora para criar músculos é agora!

dom, 26/02/2023 - 06:01

Treino de força ajuda a recuperar a perda de massa muscular, que se intensifica a partir dos 50 anos Quando a gente faz uma busca por imagens de pessoas mais velhas se exercitando, aparecem muitas fotos de aulas de ioga, caminhadas e até de corrida, mas poucas de adultos maduros malhando com pesos – no caso das mulheres, essas são retratadas quase sempre com pesinhos de um quilo e olhe lá... A constatação aborreceu a britânica Anna Jenkins, de 50 anos, e a motivou a criar uma academia somente para mulheres, com nome de movimento: We Are Fit Attitude (algo como “Nossa atitude é estarmos em forma”). Ela dá aulas on-line e presenciais para alunas que vão dos 30 aos 70 anos e, numa das sessões de malhação, a turma decidiu fazer fotos do grupo e enviá-las para os bancos de imagem, com o objetivo de dar uma “oxigenada” no imaginário coletivo sobre a maturidade e a velhice. Alunas confraternizam durante treino Jason Alfred-Palmer Numa entrevista para o jornal “The Guardian”, Jenkins contou que observava como, nas academias, muitas mulheres maduras se limitavam a utilizar a esteira, sem se aventurar na área dos pesos: “este pode ser um ambiente bem desencorajador se você não está satisfeita com seu corpo, é como se não tivesse o direito de fazer parte dele. No entanto, especialmente a partir dos anos próximos à menopausa, precisamos exatamente de treinos de força”. A turma We Are Fit Attitude: adeptas do treino de força Jason Alfred-Palmer Começamos a perder massa muscular por volta dos 30 anos e o treino de força é fundamental para dar sustentação ao corpo à medida que ele envelhece. Isso ficou mais do que provado em pesquisa realizada na Tufts University, nos EUA, com idosos de uma instituição de longa permanência submetidos a um regime de exercícios com pesos. As idades variavam entre 87 e 96 anos e, em oito semanas, houve ganho de massa muscular, melhora de coordenação e equilíbrio. Como afirma o médico Deepak Chopra em seu livro “Corpo sem idade, mente sem fronteiras”, “tais resultados sempre foram possíveis, o que aconteceu foi que uma crença foi alterada e o processo de envelhecimento também se alterou”. A Tufs implementou seu estudo, chamado “Lifestyle Interventions and Independence for Elders” (“Intervenções no estilo de vida para a independência dos mais velhos”), num centro comunitário. Durou seis meses e envolveu 40 adultos entre 65 e 89 anos que tinham algum problema de locomoção. Quem participou de pelo menos 25% das atividades semanais teve ganhos consideráveis em mobilidade e funções mentais. Houve ainda uma redução de 60% nas quedas, um dos principais motivos de preocupação para os idosos. Para encerrar, trabalho recente de pesquisadores da Universidade Estadual de São Paulo mostra que uma rotina de musculação é indicada para pessoas com hipertensão arterial. O estudo, publicado na revista científica “Scientific Reports”, aponta que, para a redução da pressão, o mais eficaz é utilizar carga de moderada a vigorosa, em duas ou três sessões semanais, com duração mínima de oito semanas. A britânica Anna Jenkins, de 50 anos: academia somente para mulheres Divulgação
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Maior incidência de demência em mulheres pode estar relacionada à desigualdade

qui, 23/02/2023 - 06:00

Violência doméstica, dificuldades para estudar e conseguir boas oportunidades profissionais têm reflexo na saúde cognitiva na velhice Um estudo envolvendo quase 30 mil indivíduos de 18 países, nos seis continentes, sugere que a desigualdade social e econômica pode explicar a maior incidência de demências em mulheres – no caso do Alzheimer, elas respondem por dois terços dos pacientes. Como os fatores de risco não diferem no que diz respeito ao gênero, o fato de a expectativa de vida feminina ser superior à masculina vinha sendo apontado como uma das principais causas para o surgimento da doença, tese que Jessica Gong, pesquisadora do The George Institute for Global Health e principal autora do trabalho, questiona: Mulheres representam dois terços dos pacientes com Alzheimer: pesquisadores estão interessados na questão da educação, considerada um fator de proteção contra o declínio cognitivo GoranH para Pixabay “A longevidade feminina não pode ser responsabilizada por essa diferença. A maior parte das pesquisas é realizada em países de alta renda e há poucos dados dos países de média ou baixa renda, onde o número de casos vem se tornando cada vez mais expressivo. É justamente onde a desigualdade é um fator de risco mais acentuado”. O número de pessoas vivendo com algum tipo de demência deve ultrapassar 150 milhões em 2050, com um crescimento significativo nos países menos abastados, sem meios de intervir nos indicadores sociais e econômicos associados à doença. Em 2020, artigo publicado pelo “Lancet Commission Report” estimou que 12 fatores de risco modificáveis – todos atrelados a políticas públicas de qualidade – são responsáveis por quase metade dos casos de demência. Segue a lista: baixo nível educacional, hipertensão, obesidade, diabetes, depressão, problemas de audição, consumo excessivo de álcool, fumo, sedentarismo, relações sociais limitadas, poluição atmosférica e traumas no cérebro. Os pesquisadores estão particularmente interessados na questão da educação, considerada um fator de proteção contra o declínio cognitivo. Em países de renda média ou baixa, as mulheres ainda enfrentam desafios não só para estudar como para conseguir oportunidades profissionais. A epidemiologista Sanne Peters, que integrou o time responsável pelo levantamento, acrescentou a violência doméstica como outro problema cujos efeitos vão se refletir na saúde cognitiva na velhice. O Women´s Brain Project (Projeto Cérebro da Mulher), misto de movimento e instituição criado em 2016, quer aprofundar a discussão sobre as diferenças de gênero e sua relação com problemas neurológicos e psiquiátricos. É o que defende sua criadora, a médica Antonella Santuccione Chadha: “temos que investigar para distinguir o que é biológico e o que é social, e se temos uma combinação dos dois fatores”. Historicamente, o nível educacional das mulheres é menor e, em várias partes do mundo, há barreiras para impedir seu acesso à instrução. Além da questão hormonal, cuja produção declina a partir da meia-idade, há aspectos socioculturais que representam um risco extra – um deles seria o estresse de ser cuidadora, função quase sempre feminina.
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Sono irregular aumenta o risco de aterosclerose e doença cardiovascular

ter, 21/02/2023 - 06:00

De acordo com pesquisadores, disrupções do ritmo circadiano podem resultar num quadro de inflamação crônica E lá vamos nós tratar, mais uma vez, da importância do sono para o equilíbrio do organismo. Acaba de sair do forno estudo da Universidade Vanderbilt, nos EUA, mostrando que o risco de aterosclerose aumenta quando não adotamos um padrão de descanso satisfatório. Estudo da Universidade Vanderbilt mostra que o risco de aterosclerose aumenta quando não adotamos um padrão de descanso satisfatório American Heart Association A qualidade do sono é medida não somente pelo número de horas e quantidade de interrupções, como também leva em conta a variação do horário em que se vai para a cama: regularidade é a chave, ou seja, o ideal é dormir sempre no mesmo horário e não muito tarde. Uma boa meta seria “desligar” às onze da noite para se levantar às sete com disposição. O estudo acompanhou 2.032 participantes norte-americanos, com idade média de 69 anos, de regiões e etnias diferentes. Entre 2010 e 2013, todos usaram um dispositivo no pulso que detectava se estavam acordados ou dormindo. Também faziam um diário do sono durante sete dias consecutivos e se submetiam a polissonografias, exame que mapeia distúrbios como a apneia noturna. Os indivíduos com padrão de sono irregular eram os que apresentavam, com maior frequência, um quadro de depósito de cálcio nas artérias coronárias e de placas obstrutivas nas carótidas. Os cientistas constataram uma condição de aterosclerose sistêmica. Além de estreitarem as artérias, reduzindo o fluxo sanguíneo e o transporte de oxigênio e nutrientes para o organismo, as placas podem se romper e criar coágulos que vão bloquear os vasos, provocando um infarto ou acidente vascular. Para a epidemiologista Kelsie Full, professora da faculdade de medicina da universidade e principal autora do trabalho, a qualidade do sono tem que ganhar prioridade em consultórios e ambulatórios. “Quase todas as funções cardiovasculares, incluindo batimentos cardíacos, pressão arterial, tônus vascular e as funções das células endoteliais (que permitem a conexão entre componentes da circulação e sistemas do organismo), são reguladas pelos genes do relógio biológico. Disrupções do ritmo circadiano podem resultar num quadro de inflamação crônica”, relatou a equipe, que contava ainda com pesquisadores de Harvard, Mount Sinai, Johns Hopkins e Universidade da Califórnia, campus San Diego. Um sono fragmentado e de curta duração – o ideal seria entre sete e nove horas – está diretamente relacionado com o surgimento de doença cardiovascular, hipertensão, obesidade e diabetes tipo 2. A American Heart Association incluiu o sono entre as oito recomendações para garantir a saúde do coração. As outras sete são: alimentação saudável, atividade física, não fumar, controlar peso, colesterol, pressão arterial e nível de glicose.
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“A medicina da longevidade deveria ser a missão de todos os hospitais”, diz médica

dom, 19/02/2023 - 06:00

Abordagem proativa pretende se antecipar aos problemas relacionados ao envelhecimento O que uma pediatra e neonatologista tem a ver com as questões do envelhecimento? Talvez essa seja a pergunta mais frequentemente endereçada à médica Tzipi Strauss, professora da Universidade de Tel Aviv e que está à frente da criação do centro de longevidade do Sheba Medical Center, o maior hospital de Israel – que há quatro anos figura entre os dez melhores do mundo. No dia 9 de fevereiro, numa palestra virtual promovida pela National University of Singapore, ela detalhou sua nova empreitada: Tzipi Strauss, professora da Universidade de Tel Aviv: “não vai bastar a medicina ser preventiva, ela terá que ser proativa” Divulgação “Considerando que começamos a envelhecer assim que nascemos, o tema interessa a todos. A menopausa representa um período de aceleração do envelhecimento e eu mergulhei no assunto ao passar a ter problemas para dormir, depois dos 45 anos. A medicina da longevidade deveria ser missão de todos os hospitais, mas os próprios médicos desconhecem os fundamentos que sustentam uma velhice que não seja apenas longa, mas também saudável”. Atualmente, seu trabalho se divide em duas frentes: incluir a disciplina no currículo da Universidade de Tel Aviv e inaugurar no Sheba, até setembro, o Healthy Longevity Center (centro de longevidade saudável) para o grande público acima dos 40. “Queremos mudar o conceito e transformar o hospital numa ‘cidade da saúde’. Com o tempo, tenho certeza de que convenceremos não somente os CEOs sobre a relação entre custo e benefício desta mudança, mas também seguradoras e profissionais da saúde. Tratar as consequências da fragilidade e demências sai muito mais caro”, enfatizou. “Não vai bastar a medicina ser preventiva, ela terá que ser proativa, se antecipando aos problemas e criando condições para que cuidemos do corpo, da mente e das emoções. Mas as pessoas terão que se engajar: não é só fazer check-up ou colonoscopia, é preciso se exercitar, ter uma dieta alimentar saudável e sono de qualidade”. O centro vai focar em quatro áreas que, na avaliação da médica, estão diretamente relacionadas com a longevidade: aspectos cognitivos, sono, fragilidade e menopausa. “Uma abordagem que englobe esses quatro aspectos pode influenciar a forma como envelhecemos”, afirmou. O check-up deve durar entre quatro e cinco horas e a pessoa irá para casa com um monitor do sono. Terá ainda um questionário para completar e o retorno se dará em cerca de três semanas. Com base nas informações coletadas, uma equipe multidisciplinar elaborará um “plano de voo” para ser implementado. A medicina tradicional vê o envelhecimento como uma condição fisiológica na qual ocorrem manifestações de patologias relacionadas à idade. Já a medicina da longevidade entende que é possível realizar intervenções que previnam os fatores de risco associados à velhice. A OMS (Organização Mundial da Saúde) propôs que a década de 2020-2030 tenha como foco o envelhecimento saudável. A própria entidade prega que o objetivo não é a completa ausência de doença, e sim a preservação da capacidade funcional que garanta a independência do indivíduo. É bacana ver alguém de 80 anos correndo uma maratona, mas isso é exceção. A regra deveria ser a oportunidade de todos os idosos serem ativos e se sentirem prestigiados, e não cidadãos de segunda classe.
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Desafio do design estimula inovação em produtos e serviços para o envelhecimento saudável

qui, 16/02/2023 - 06:01

Em sua décima edição, concurso criado pelo Centro de Longevidade de Stanford apresenta os oito finalistas de 2023 O “Design Challenge”, criado pelo Centro de Longevidade de Stanford, chega à sua décima edição fiel ao objetivo de estimular a inovação na área do envelhecimento ativo. Desta vez, o foco era criar produtos e serviços capazes de contribuir para que sejam saudáveis os anos que ganhamos em termos de expectativa de vida. O mais interessante é que o escopo do desafio era bem amplo: como a longevidade é uma construção que se inicia dentro do útero – e precisa de “tijolinhos” ao longo de toda a nossa existência – os projetos não precisavam estar atrelados a questões restritas à velhice. Ao todo foram enviados 241 projetos, de 38 países. Os oito finalistas foram selecionados por 35 jurados de diferentes áreas: indústria, academia e organizações sem fins lucrativos. Cada um recebeu mil dólares e todos irão para a grande final, que se realizará na universidade em abril e terá um prêmio de dez mil dólares. “Não queremos que as pessoas apenas vivam um número maior de anos, mas com a saúde debilitada. Queremos que todos possam construir uma existência saudável a partir da infância e mantenham essa condição”, afirmou Marie Conley-Smith, coordenadora do concurso. 2Care: ferramenta para monitorar a saúde periodontal é uma das oito finalistas do “Design Challenge”, concurso criado pelo Centro de Longevidade de Stanford / Divulgação Divulgação Faço uma breve descrição de cada proposta, porque todas servem de inspiração para os que militam nessa área: 2Care é uma ferramenta para monitorar a saúde periodontal criada por estudantes de Tunghai University, Ming Chi University of Technology e National Taipei of Education, todas de Taiwan. Trata-se de um pequeno aparelho cujo feixe de luz azul detecta se os dentes estão limpos e há placa bacteriana. Ele reproduz imagens que podem ser arquivadas no celular e enviadas, além de estar associado a um aplicativo que marca consultas com um dentista. Pesquisas mostram que uma boca doente é uma espécie de “berçário” de agentes inflamatórios que se espalham pela corrente sanguínea. Fitness & Fun Facility (Beijing Institute of Technology, China): linha de equipamentos para espaços públicos concebida para ser utilizada por avós e netos, aprofundando laços entre as gerações. PaperRoad (Carnegie Mellon University, EUA): plataforma de inteligência artificial voltada para adolescentes com questões de saúde mental. Shakti (University of California, campus Davis, EUA): aplicativo que detecta problemas de anemia e monitora a suplementação de ácido fólico e ferro por mulheres grávidas. A anemia gestacional aumenta o risco de aborto espontâneo, restrição do crescimento fetal e prematuridade. Sonura (University of Pennsylvania, EUA): sistema sonoro para UTIs neonatais que reproduz o ambiente do útero e envia mensagens de áudio dos pais para os bebês internados, diminuindo o estresse ao qual os pequeninos estão submetidos. Tree of Life (NMIMS School of Design, Índia): jogo de tabuleiro que ajuda as pessoas a entender as alterações cognitivas que acompanham a idade e o que pode ser feito para preservar a saúde mental e psíquica. Unpause Life (NMIMS School of Design): kit com informações e testagem hormonal para o período da menopausa. Variable Reactive Board (New York University and Pratt Institute, EUA): aparelho para treinar o equilíbrio, habilidade fundamental para os mais velhos, uma vez que o risco de quedas aumenta com a idade.
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Terremotos na Turquia e na Síria: Por que há pessoas que morrem logo depois de resgatadas?

ter, 14/02/2023 - 16:57
Muitos dos sobreviventes do terremoto na Síria e na Turquia passaram dias sob os escombros – mas morreram pouco depois do resgate. Causas para morte após socorro vão da temperatura sanguínea à depressão. Terremoto na Turquia e na Síria: resgates emocionantes Em seguida ao grave terremoto na Síria e na Turquia, Zeynep ficou mais de 100 horas presa sob os destroços de uma casa desmoronada, antes que forças de resgate pudessem libertá-la. "Ela está bem, considerando as circunstâncias", informava um comunicado de imprensa da organização de ajuda humanitária ISAR Germany (International Search And Rescue), que participou da operação. Pouco mais tarde, porém, Zeynep morreu. "No caminho para o hospital, ela ainda riu", conta o socorrista Bastian Herbst, da ISAR. Segundo ele, pode haver "120 mil razões" para o óbito, como lesões internas só diagnosticadas posteriormente. Um dos motivos para a morte de Zeynep, porém, pode ter sido a chamada morte pós-resgate. Sangue frio letal Uma das causas possíveis desse fenômeno é a hipotermia. Sob as temperaturas glaciais na área do desastre, os vasos sanguíneos se estreitam: desse modo o organismo assegura que o mínimo possível do precioso calor interno se perca no ambiente através da pele ou das extremidades. Nessas partes do corpo, a temperatura do sangue baixa, enquanto no núcleo físico o sangue quente garante o funcionamento dos órgãos vitais. Mas o salvamento de Zeynep foi complicado. "Tivemos que movê-la muito para poder libertá-la", recorda Herbst. Nesse processo, pode ocorrer de os vasos se dilatarem, e o sangue frio fluir para os órgãos internos, provocando distúrbios do ritmo cardíaco e consequente morte. Danos renais e fibrilação O socorrista alemão conta que as pernas de Zeynep estavam soterradas sob pedras e escombros. Ela ainda conseguia mover os pés, mas é possível que os tecidos dos membros estivessem lesionados. Lesões musculares liberam a proteína mioglobina, responsável pelo transporte de oxigênio dentro das células do tecido. Quando o acidentado fica livre, o sangue volta a circular subitamente, inundando o organismo com mioglobina, o que pode causar falência dos rins e consequente elevação dos níveis de potássio. O excesso desse mineral, por sua vez, provoca fibrilação ventricular, com risco de morte especialmente alto para portadores de enfermidades cardíacas. Alívio de tensão pode precipitar fim Outra causa é o proverbial "morrer na praia": "Conhecemos isso dos naufragados: no momento em que veem a equipe de resgate, não podem mais, e se afogam", explica Herbst. Os hormônios do estresse cuidam para que as funções corporais se mantenham. Quando essa tensão cede, a consequência pode ser uma queda radical da pressão sanguínea. Tampouco se descartam motivos psicológicos para uma morte pós-resgate: Zeynep perdeu o marido e os filhos no abalo sísmico. "Talvez ela tenha se dado conta do fato, e isso a privou da vontade de viver", especula Bastian Herbst. "É algo que não sabemos."
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Suplementação de vitamina D pode diminuir o risco de diabetes

ter, 14/02/2023 - 06:00

Pesquisadores acreditam que pelo menos 10 milhões que apresentam um quadro de pré-diabetes se beneficiariam Uma revisão de ensaios clínicos revelou que o risco de desenvolver diabetes diminuía 15% em adultos com pré-diabetes – aqueles com valores de glicemia em jejum entre 100 e 125mg/dL, ou de hemoglobina glicada entre 5.7% e 6.4% – que faziam uso de uma dosagem maior de vitamina D. Além de a chance de progressão para a doença aumentar significativamente para quem está nesse patamar, quem tem pré-diabetes está mais sujeito a sofrer um infarto ou derrame do que as pessoas com níveis normais de glicose. Suplementação de vitamina D pode diminuir o risco de diabetes em 15% Martin Büdenbender para Pixabay A Sociedade Brasileira de Diabetes estima que o Brasil tenha cerca de 13 milhões de diabéticos, sendo que metade desconhece ter a enfermidade, e calcula-se que pelo menos 40 milhões sejam pré-diabéticos. Pesquisadores do Tufts Medical Center avaliaram a relação entre um reforço de vitamina D e o desenvolvimento do diabetes. Depois de três anos de acompanhamento de pacientes, o surgimento da doença ocorreu em 22.7% dos adultos que faziam uso do suplemento, e em 25% dos que recebiam placebo: uma diminuição de 15% nas chances de adoecer. Estimando que há 374 milhões de pessoas com pré-diabetes no mundo, eles avaliam que pelo menos 10 milhões poderiam se beneficiar com a adoção da suplementação. O estudo foi publicado no “Annals of Internal Medicine”. Na verdade, a vitamina D é um hormônio produzido pelo corpo humano. Quando foi batizada como vitamina, acreditava-se que só era obtida pela alimentação, e por isso ganhou a letra D, depois das vitaminas A, B e C. Só na década de 1970 os cientistas descobriram que podia ser sintetizada pelo organismo. As evidências sugerem que, além de ser uma substância relevante como reguladora do metabolismo do cálcio e da saúde óssea, a vitamina D modula, direta ou indiretamente, cerca de 3% do genoma humano, participando do controle de funções essenciais à manutenção do equilíbrio sistêmico, tais como crescimento, diferenciação e morte celular, regulação dos sistemas imunológico, cardiovascular e musculoesquelético, e no metabolismo da insulina. Entretanto, cientistas da University College Dublin alertaram que a vitamina D, em doses muito altas, também pode causar efeitos adversos severos, e que os médicos devem ficar atentos a limites seguros para sua prescrição. Dois outros tipos de manejo da condição apresentam resultados mais parrudos: em primeiro lugar, de longe, mudanças no estilo de vida (58% na diminuição do risco) e o medicamento metformina (31%).
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Mercado tech para os 50 mais: cenário de expansão em 2023

dom, 12/02/2023 - 06:00

Relatório com as tendências para este ano mostra que o público sênior tem interesse em ampliar consumo de tecnologia De celulares a TVs de última geração, passando por relógios inteligentes e assistentes virtuais para a casa, os 50 mais não são apenas adeptos da tecnologia como estariam dispostos a gastar com produtos e serviços que atendessem às suas necessidades. Esse é o resultado de um levantamento sobre as tendências do mercado tech sênior realizada pela AARP, que representa dezenas de milhões de aposentados norte-americanos. Divulgada em janeiro, a pesquisa ouviu quase 3 mil pessoas entre setembro e outubro de 2022. Segmento sênior: adoção maciça de tecnologia e disposição para gastar mais em produtos e serviços José Godoy Oito em cada dez entrevistados declararam que a tecnologia se tornou parte indispensável de suas vidas. No entanto, 68% afirmaram que o desenvolvimento dos produtos não leva em conta o grupo do qual fazem parte: as críticas se concentram na complexidade e falta de instruções claras para usar os aparelhos. Embora a maioria esteja no Facebook e no YouTube, houve um crescimento da presença dos mais velhos no Instagram (de 24% em 2021 para 28% em 2022) e no TikTok (de 10% para 15% no mesmo período). O streaming também ganhou destaque no lazer, passando de 29% para 35%. No Brasil, de acordo com dados da Confederação Nacional dos Dirigentes Lojistas, 97% acessam a internet, principalmente para se informar, manter contato com a família ou buscar informações sobre serviços e produtos. Os aplicativos mais usados no celular são as redes sociais (72%); de transporte urbano (47%); e bancários (45%). O WhatsApp vem na frente (92%), seguido pelo Facebook (85%) e Youtube (77%). Os idosos conectados ainda utilizam a internet para realizar compras, especialmente eletroeletrônicos (58%); remédios (49%); e eletrodomésticos (47%). A expansão do mercado não se restringe à comunicação e ao entretenimento: cuidadores familiares têm demonstrado interesse crescente por aplicativos que os auxiliem na tarefa de zelar por entes queridos. Na faixa entre 50 e 60, muitos têm pais e mães em condições de fragilidade que demandam cuidados, e toda ajuda é bem-vinda para diminuir custos e manter a qualidade de vida dos idosos. A inteligência artificial vai tomar conta dos lares: sensores para detectar quedas e equipamentos acionados por controle de voz têm enorme potencial, mas a tecnologia tem que ser menos complexa e mais intuitiva. Para quem cuida e quem é cuidado. A Universidade de Michigan fez um estudo, no fim de 2022, no qual destacava que 54% dos adultos entre 50 e 80 anos davam algum tipo de assistência a um idoso – e o principal cuidador familiar continua sendo uma mulher de meia-idade, que soma tal responsabilidade a inúmeros outros compromissos. O grupo acima dos 80 anos é o mais exposto a fraudes: em 2021, dos US$ 151 milhões (perto de R$ 800 milhões) de perdas relatadas, US$ 47 milhões (quase R$ 250 milhões) tinham sido surrupiados de pessoas nessa faixa etária.
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Milionário exibe ao público seu experimento para rejuvenescer

qui, 09/02/2023 - 06:00

Exames, coquetéis de vitaminas e procedimentos custam 2 milhões de dólares por ano Bryan Johnson tem 45 anos e é um empreendedor milionário que atua na área de tecnologia. Firme na convicção de que o dinheiro compra tudo, cercou-se de uma equipe de 30 profissionais, liderada pelo médico Oliver Zolman, que gastou, em um ano, cerca de US$ 2 milhões (o equivalente a R$ 11 milhões) para fazê-lo “desenvelhecer” – o objetivo é voltar a ter 18 anos! Bryan Johnson: milionário gastou 2 milhões de dólares em um ano para rejuvenescer Divulgação Johnson criou uma espécie de reality show do seu projeto, iniciado em outubro de 2021 e batizado de Blueprint, que pode ser acompanhado pelos internautas. De acordo com a miríade de testes a que se submete, já diminuiu sua idade biológica em pelo menos cinco anos. Os resultados apontam que tem o coração de um homem de 37; a pele de alguém com 28; capacidade respiratória e aptidão física de um garotão de 18. Às cinco da manhã, toma duas dúzias de suplementos e remédios, de licopeno a metformina. E também açafrão e gengibre para deter inflamações; zinco para complementar a dieta vegana de 1.977 calorias; uma microdose de lítio para o cérebro. Seu índice de gordura corporal está entre 5% e 6% e a atividade física é composta de uma hora por dia com 25 tipos de exercícios diferentes e, três vezes por semana, treino de alta intensidade. A malhação é acompanhada por suco verde turbinado com creatina, flavoides de coco e colágeno. Há medições diárias de peso, índice de massa corporal, nível de glicose no sangue e batimentos cardíacos, além de oxigenação enquanto dorme. Mensalmente, realiza dezenas de exames e procedimentos, como ultrassonografias e ressonâncias magnéticas. Tratamentos estéticos para a pele e tingimento dos cabelos fazem parte do pacote. Atividade física compreende uma hora diária com 25 exercícios diferentes e treinos de alto impacto três vezes por semana Divulgação “O que estou fazendo pode soar como algo extremo, mas quero provar que a decadência física não é inevitável”, afirmou à Bloomberg. Quando estava na casa dos 30 e criou uma bem-sucedida companhia de pagamentos chamada Braintree Payment Solutions, Johnson se viu acima do peso e profundamente estressado. Depois de vendê-la em 2013, por 800 milhões de dólares, iniciou a jornada à qual se dedica de corpo e alma. O foco dos negócios também mudou: fundou duas empresas na área de biotecnologia, OS Fund e Kernel. Seus próximos passos incluem experimentos de terapia gênica – em si mesmo, claro.
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